Após colaborar em parceria para fornecimento de vitrines de vidros para exposição e proteção de itens raros ou de grande valor em duas importantes mostras neste início de ano, a A2 Vidros se torna referência nesse tema. Neste artigo o sócio-diretor da empresa, Anderson Groppo Barres, nos passa algumas dicas, destacando a importância em se estabelecer parceria com uma beneficiadora de vidros que esteja interessada no aperfeiçoamento contínuo de seus produtos, podendo incluir o atendimento a clientes com necessidades específicas.
Presente em duas mostras
Em parceria com a multinacional fabricante de vidros AGC Brasil, a A2 Vidros inovou e produziu as vitrines para a exposição POW! Explosão Criativa. A mostra foi montada no mês de abril, no hall de entrada da 45ª. São Paulo Fashion Week. Foram 34 vitrines de vidro que expuseram um recorte do acervo de arte plumária (que incluiu cocares, colares e brincos indígenas) integrante do Departamento dos Museus Municipais da Secretaria de Cultura da cidade de São Paulo.
Também em parceria com a AGC, produziu uma vitrine especial, composta de vidro extraclaro e vidro antirreflexo da empresa, protegendo em seu interior um capacete do ex-piloto brasileiro de Fórmula Um, Ayrton Senna. A vitrine foi instalada no estande da fabricante no mês de maio, na feira Glass South America.
Desafio e aperfeiçoamento
Para participar das mostras, colaborando com o evento e o fabricante parceiro, a A2 Vidros fez uma ampla pesquisa para entender os desafios na colagem de vidros. Os diretores aproveitaram o desafio e oportunidade para estudarem essa necessidade de seus clientes, percebendo que uma parceria com um transformador que entenda suas necessidades é vital para uma colagem que se aproxime da perfeição. “Ao pesquisarmos para entender essa necessidade pudemos desenvolver alguns pontos que nos trouxeram mais próximos de um produto ideal”, explica Anderson.
Dicas
Além das dicas comumente fornecidas pelos fabricantes de colas, Anderson acrescenta as seguintes:
- 1 – Arestas perfeitas
Arestas perfeitas dependem de um bom corte e uma lapidação plana. “Temos dois tipos de configuração de lapidadoras. A primeira, que utiliza borracha para acabamento (brilho) das bordas e outra que usa rebolos de resina. Em nosso estudo vimos que na resina a planicidade da lapidação fica zerada, já a borracha cria ondulações deixando espaços para o mal alojamento das colas”.
- 2 – Lapidação ou bisotê em 45°
Para colagem de vidros a 90° perfeitos e com visual limpo das quinas a empresa utilizou uma lapidadora com grau. “E após todas as lapidações nós fazíamos uma conferência do grau com um transferidor de ângulo, pois o desgaste dos rebolos poderia alterar o ângulo e, no fim da colagem, não teríamos um bom fechamento da caixa / vitrine.”
- 3 – Utilização de bicos de aplicação de cola UV
“Tais bicos de aplicação auxiliaram na dosagem certa da cola, não permitindo aquele excesso de cola que proporcionaria uma sujeira irremovível. Aplicamos em uma linha constante e sem diferenças entre um ponto ao outro da borda do vidro”, explica o empresário.
- 4 – Qualidade da cola
Esse item é importante: Anderson descreve: “pesquisamos as melhores colas do mercado, chegamos a testar três fabricantes e duas densidades, mas chegamos à conclusão que em nosso caso ficaria melhor aquela com densidade aproximada de 1,10 g / cm3, quando usamos densidades diferentes tínhamos excessos e ou pontos escorridos na aplicação, criando espaços e ou excesso de cola nas faces dos vidros. Além disso, estar atento ao prazo de validade é essencial.”
- 5 – Lâmpadas
Na maioria das colagens a equipe da A2 Vidros usou uma regra de 1 min para cada milímetro de espessura do vidro e dois tipos de lâmpada UV. “Em cada vidro de 8 mm usávamos o tempo total de oito minutos, no primeiro minuto usamos uma lâmpada de 40 watts para uma secagem mais rápida e eficiente, podendo assim partir rápido para o próximo ponto e fazer a primeira limpeza mais grossa, então deixávamos a lâmpada de 20 watts o resto do tempo, conforme espessura”, explica.
- 6 – Espessura
O empresário confirma o fato consagrado de que quanto mais espesso mais fácil o manuseio e colagem, com mais borda para visualizar e movimentar, mas explica que nada impede de fazer colagens em espessuras mais finas. “Isso exige mais ferramentas e cálculos referentes à pressão exercida sobre a peça para não atribuir riscos aos clientes. Além disso, utilizamos as normas da ABNT, mesmo não havendo específicas para a colagem de vitrines, como a que protegia o capacete do Ayrton Senna, no qual a transparência era o aspecto a ser destacado e dois tipos de vidro foram utilizados. Para essa peça usamos o vidro de 4 mm float incolor extraclaro e um 4 mm antirreflexo. Mas sempre fica a critério do especificador ou cliente definir qual vidro deve ser utilizado, atendendo melhor a cada projeto”, explica.
- 7 – Área e limpeza
São dois aspectos importantes. “Nas colagens usamos uma área limpa e livre de pó, utilizando uma mesa simples de corte com carpete em bom estado e com colchão de ar para ajudar no manuseio. Sempre na troca das peças utilizávamos uma vassoura limpa de pelos finos para limpeza da mesa. Para limpeza dos vidros, antes da colagem, usamos álcool com a menor quantidade de água possível e papel fino, após as vitrines estarem prontas, usamos uma solução de vinagre e água para limpeza das peças”, revela.
- 8 – Ferramentas
As ferramentas utilizadas foram esquadros de madeira para conferência do grau, ventosas pequenas e específicas para colagens em 90°.
- 9 – Gabaritos
A equipe da A2 Vidros utilizou gabaritos de madeira para criar cantos uniformes.
- 10 – Dica extra
Todos os cantos dos vidros foram levemente removidos com lixadeiras manuais.